terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Carnaval: a democracia religiosa

Pois vejam só, não é que o Carnaval é uma democracia no dogma religioso! Tendo origem na Grécia e em Roma como uma festa pagã o Carnaval se estendeu até o cristianismo como uma festividade voltada à satisfação dos prazeres da carne, pois o título original do grego “carnis valles” tem por significado “carnis” como carne e “valles” como prazeres, ou seja, dois dias de festividades promíscuas. Ora, isso não é democracia? Liberar as pessoas de seu julgo de adoração a Deus permitindo-lhes optar pela total entrega ao pecado da carne! Democrático ou não as pessoas teriam de se arrepender no período da quaresma, mas no Brasil e acredito que até mesmo em alguns outros países onde a festividade acontece as pessoas não tem nenhum conhecimento da origem da festividade e nem mesmo de seu significado. Prova incontestável disso é o fato do evento ter se modificado aos modelos dos lugares em que ele acontece.

O Carnaval é do povo e o povo o faz como quer; atribuem música específica (o axé e o samba), vestimentas específicas e até mesmo comportamento específico. As pessoas, sem o julgo da igreja, se entregam ao que parece ser a alegria completa. Cidades como Diamantina e Ouro Preto, em Minas Gerais, Salvador, na Bahia, Olinda, em Pernambuco, dentre outras se tornam palco de uma festa que acaba por se tornar desrespeitosa à população, pois durante quase cinco dias turistas invadem as ruas para festejar junto com bandas que tocam até altas horas o som da festividade. Não importa o barulho, não importa o incomodo afinal, é só uma vez no ano, não é mesmo? Todos fecham seus olhos ao que parece um convite ao vandalismo, pois as ruas são completamente sujas e até mesmo destruídas pela passagem dos foliões. Onde a religião ou a cultura se aplicam a essas pessoas? Elas não se aplicam; as pessoas não aproveitam o carnaval pela sua história e cultura e sim pelo fato de dar a elas a oportunidade de agirem de acordo com o que querem fazer sem a vigilância constante das autoridades. O abuso das drogas se torna maior; a proliferação de doenças idem e tudo em nome do apelo da massa que só quer festa e não se preocupa com a preservação do patrimônio histórico e cultural da humanidade que reside em grande parte dos municípios que recebem o evento. 

O que torna o quadro pior é que em grande parte das principais cidades que sediam os carnavais mais populares existe um grande número de estudantes cursando universidades federais que, no geral, adiam as aulas até o final do Carnaval, pois as mesmas antecipam a falta de comprometimento dos alunos que esperam pelo feriado e deixam aqueles que se preocupam mais com o conhecimento privados das aulas. Além disso, os foliões lotam os hospitais com quadros alcoólicos e de overdoses tornando o atendimento a outros pacientes mais lento.

Como se vê, a democracia pode ser feita pela igreja, mas não há a reciprocidade pelos que aproveitam o evento, pelos governos responsáveis pela liberação e até mesmo organização dos eventos e pelas instituições de ensino superior.

Festejem, brinquem, caiam na folia, mas usem a inteligência para fazê-los de forma a beneficiar a todos, respeitando a diversidade de gostos, o bem estar das cidades e também o bem estar pessoal.




2 comentários:

  1. Bom, já que opinei sobre o assunto no meu facebook, vou transcrever meu comentário e complementá-lo.

    Carnaval é a festa da carne humana. Já que ganho folga, opto por ir à lugares onde possa descansar e ouvir rock, me alienando do desperdício audível e visual da época. E para quem prefere “curtir" à volonté, tem uma quarta-feira de cinzas para redenção, né?! Ao final da festividade, as “cidades carnavalescas” estão sujas e fedem xixi, cenário que, por si só, é a alegoria perfeita do que é o carnaval para mim.

    Geralmente os carnavalescos de plantão, que vivem planejando o que fazer na época (para onde vão, quantas bocas vão beijar, quais drogas vão usar, etc) integram o grupo vasto de pessoas alienadas, fúteis. Representam tão bem a cara da classe, que não sabem diferenciar a palavra liberdade da palavra libertinagem. Na verdade nem sequer pensam nessa confusão, mas agem como se a fizessem. O problema maior não é a perdição musical e comportamental do festejo. São os danos que o mesmo causa, falando de Minas Gerais, no patrimônio histórico e cultural.

    Temos acompanhado nos noticiários a onda de protestos da chamada revolta árabe. O pau está quebrando na Líbia, no Egito, no Bahrein, no Iêmen, na Argélia. É fogo e quebradeira pra todo lado. É o povo se revoltando contra os incômodos. É gente que faz! Inspiração para os opositores da comemoração. Mas já que não existem muitos, respiro ao lembrar que todo carnaval tem seu fim.

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  2. As pessoas se transformam e aproveitam para ser o que bem no fundo são todo o tempo, mas usam a desculpa de que no "CARNAVAL TUDO É VÁLIDO" Arrependimento???? de que? de ser ele mesmo? de mostrar seu verdadeira EU? Vão à missa....recebem cinza na testa.....HIPÓCRITAS?? quem sou eu para julgar? essa é minha opinião, mas respeito e creio ser um problema de cada suas ações, mas nunca sem esqueçer da segunda LEI DE NEWTON : "toda ação tem uma reação." Que saibam aceitar e se responsabilizar pelo provável não muito "FESTIVO, DEPOIS"

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